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Quem Acredita em Simetria?

by Tijolo de Vera

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1.
PRESTO!
2.
A R M A S B R A N C A S (Letra: Rodrigo Fróes) Armas brancas, paixões brandas, Cor e gesto são controversos Rubra ira, guerra fria Pairam sobre nós, ressentidas Coisas cruas, incolores Que ela abraça, caça, habita E costura em nós um dano ou valor Carne é viva nas feridas a pulsar sobre as batidas Veias, vias crescem fortes sobre as ruas sem saída Nós em ilhas, isolados, Desatados por sentidos Submersos, ostensivos Que ancoram as armas nesses mesmos velhos nós Diplomatas tem por fardas línguas bélicas, mas exatas; No costume infiltrada, Real arma branca: A palavra.
3.
B A L A D A D A T A R D E (Letra: Leonardo Leitão) O sol tá quente e o céu, azul Tanta gente e nenhum assunto Ninguém percebe o atirador no telhado Tarde perfeita pr'um assassinato O asfalto preto ficou vermelho E o ódio mortal virou o desespero Ninguém percebe o corpo estirado Numa tarde perfeita pr'um assassinato.
4.
E U S O U A F E B R E (Letra: Rodrigo Fróes) Você vê o que me consome e teme todas as vezes Que eu queimo para fora e de encontro às paredes Se a temperatura minou a sanidade, Eu vejo labareda feita só de vontade Sendo eu quem me devora, regurgito-me inteiro Com a força das entranhas que sorriem primeiro Antes da pele, dentes e o que mais reluzia Com um brilho e um pavor maior que o sol e o dia Sou vírus que se espalha sem endereço certo Nem por ar, tampouco toque, mas somente por verbo O escrito e o falado e o jamais esquecido O profano e o sagrado enfim reproduzidos. Eu sou a febre.
5.
Dois Palmos 03:24
D O I S P A L M O S (Letra: Bernardo Canto) Altas horas de baixa gente, Compilação de interditos. Inexplicáveis, confortáveis Muralhas que cercam o seu império Muralhas nocivas. Do topo sadio repleto de neblina Indicador de precipício De lá se vê, De lá se crê Em algo: Dois palmos de miséria. Quando o horizonte some, Entendo a sua fome.
6.
Não Há 03:32
N Ã O H Á (Letra: Bernardo Canto) A foz ficou pra trás E uma luz ensaia seu primeiro olhar O idílio da sua mira pioneira Ergueu o meu amor me falou Sei, sei, sei você Sei, sei, sei, sempre vou saber Sei, sei que sem você não há como encontrar Qualquer coisa que se queira achar Aos microscópios dissemos adeus E aos telescópios, boa sorte Com fôlego estelar nos deflagramos E daqui o resto é apenas paisagem
7.
V O C Ê T E M Q U E E N T E N D E R , M U L H E R (Letra: Maurício Ramos/Rodrigo Tomassini) Assistir televisão, jogar meu futebol Falar um palavrão e tomar uma cerveja Gritar, falar bem alto sem ninguém para reclamar Sair, dar uma volta de carro pra poder tirar um sarro. Você tem que entender, mulher, que é isso que o povo quer. Quer um pouco (mais) de compreensão, um pouco de concessão, Quer um pouco de atenção. Ouça com atenção! Ver comédia pastelão com estilo idiota (Mas você quer jantar fora e nem quer rachar a conta!) Encontrar um velho amigo, ir na praia num dia de sol. Tudo isso faz mais sentido ouvindo um bom rock n' roll! Você tem que entender, mulher, que é isso que o povo quer.
8.
Oh, Edna 02:08
(para de encher o saco e vai dar uma atenção à sua avó)
9.
Estamira 02:21
(Ausente. Mas ecoa.)
10.
Agulhas 04:17
A G U L H A S (Letra: Rodrigo Fróes) Ciente das agulhas e como vão queimar Em grupos ou avulsas elas não vão penetrar Sozinho sob a escama, sem fuga ou proteção, Elas que me atravessem e atinjam este chão (só que eu não!) Entre a cama e as marcas, num estéril jardim, Eu broto entre pedras e antifloresço assim Nem lebre nem serpente, mas plena exclusão Marco minha presença promovendo esta implosão E para me cavar sorrisos, Enfaixa-me o rosto, abra-me pro espanto, trate-me melhor. Semeie suas crenças pra bem longe daqui Minha religião é o Cristo torto de Dalí Não vejo meu futuro no credo em batalhar Enquanto elas perfuram, eu só sei não ter lugar Desejo as belezas com asco e distância Esgarço como posso o que já se construiu O que move este mundo são alegrias vis Novos sorrisos velhos desbotando o seu verniz Não venha me consolar. Entendi o mundo no dia em que batizei um cachorro. Nem alvo, nem a flecha, nem amante, nem suicida Mas tolo irracional apaixonado pela vida Mesmo prostrado aqui entre o nada e o ser, Minha razão escolhe se prender ao que é meu Não vejo a quê me integrar. Sou apenas rochas rasgando este seu melhor esforço. Ciente destas marcas e como vão queimar Em grupos ou em crenças elas não vão penetrar Nem lebre, nem beleza, mas plena exclusão Marco minha distância com sonora distorção E quanto às minhas portas vis, Me puseram na agulha, mas eu votei pela culatra. (Dedicado a Henry Chinaski)
11.
L E T R A D E M Ú S I C A (Letra: Bernardo Canto) Ela não consegue mais Amá-lo ou deixá-lo pra trás E triste é que agora tanto faz Porque ela nem se importa mais E finalmente está em paz, Indiferente e nada mais. Ele nunca esteve lá, Um dos maus-tratos piores que há. Irônico é que ele foi incapaz De dar valor ao que importava mais. E atualmente é tarde demais, Parabéns e até mais.
12.
A S S A S S I N O D A M O B Í L I A (Letra: Rodrigo Fróes) Se você se vê livre de mim, meu bem, tenha cuidado: Um pensamento tão certo só pode estar equivocado. Não verá mais por perto vestígios dos meus gostos e pelos, Ou sequer sentimento de falta, mesmo que asfixiado. Mas terá prego e madeira imobilizando os momentos, Retratos que não dormem com o prazer de ver seus autores. Discussões já vistas encortinando os aposentos, Todos os desfechos que nunca desbotaram suas cores. Cada móvel me será tanto cúmplice quanto testemunha, Subornados pela ausência e livres de toda e qualquer culpa. O chão liso e despido encobre por si só os rompantes De perversões que se armam em paredes, decoradas bem antes. E o estalo das línguas comungará com o assoalho, No andar em fuga do vento a furtar as janelas. E um Fim irado e lacrimoso será corpo estirado, Sepultado antes pelo meu ranço que por nossas mazelas. Abraços e amarras, Tendões e tábuas, Rancores e quinas, Assassino da mobília.
13.
D E C I F R A – M E O U D E V O R A – T E (Letra: Bernardo Canto) Você pode ler as mentiras em minhas retinas? Ora, venha logo reconhecer-se em minhas pupilas!
14.
P O E T A S M A L D I T O S E T C. (Letra: Rodrigo Fróes) Você posa de poeta maldito, Está mais pr’uma criança chorando no banheiro, Escondida para não ser ouvida. Você pensa que é Charles Bukowski, Mas está só se afogando no penúltimo copo. O plágio burguês do fundo do poço. O que procura e não parece achar, O luxo de quem não vai crescer Nasce em desistir de andar para frente e se debater E você dança por espernear, Implorando por aplausos que são só espuma Do lodo podre e rico em que você quis chafurdar. De rasgar seda pra quem vê de cima, Encarou o sol nos olhos e acabou cego. O bajulador enfim parasita. Você rosna, consciente e engajado. Só achou a sua forma de morrer pela boca: Panfletando para todos os lados. Não é difícil diagnosticar uma artéria entupida com entulho vivo De pessoas, livros, ossos preguiçosos na digestão. Mas no fundo a saúde vai bem: Não há falência de órgãos se só tiraram férias, Ou se um tanto burocráticos insistem em sua função. E se não compreende o porquê de eu dizer assim Ou quais são os motivos para eu estar aqui, Leia os meus versos e tente reconhecer Em qual dessas trincheiras tive o prazer de cair.

about

Após passar seus primeiros anos refinando o que originariamente seriam poemas musicados, processo intercalado com o lançamento da demo [dezenoveporoito] (2007) e do EP "Dois+2" (2009), a Tijolo de Vera fecha seu primeiro ciclo com seu álbum completo de estreia, contando em sua formação com Bernardo Canto (guitarra e voz), Maurício Ramos (percussão, teclado e voz), Rodrigo Elmas (guitarra), Rodrigo Fróes (baixo e voz) e Rodrigo Tomassini (bateria).

credits

released July 8, 2013

Gravado entre julho de 2008 e outubro de 2010 no FK Studio (Niterói/RJ). Produzido por Franklin Villaça.

Participações:

Amin Boumaroun - Bateria nas faixas 1, 3, 7 e 12;
Ana Carolina Pereira - Arranjo vocal na faixa 11;
Franklin Villaça - Guitarras e teclados nas faixas 1, 4, 5, 8, 12 e 13;
Selma Boiron - Edna;
Victor Ribeiro - Coro na faixa 5.


Faixas 5, 6 e 7 compostas por Tijolo de Vera.
Faixas 1, 2, 9, 10, 11, 13 e 14 compostas por Tijolo de Vera e Gabriel Calderon.
Faixas 4 e 8 compostas por Tijolo de Vera e Franklin Villaça.
Faixa 12 composta por Tijolo de Vera e Amin Boumaroun.
Faixa 3 composta por Tijolo de Vera e Leonardo Leitão.

A faixa 3 usa um trecho do tema de abertura do filme "Night of The Living Dead" (1968), de George A. Romero, composto por Lalo Schifrin. A faixa 14 usa um trecho do áudio do poema "Genius of The Crowd", de Charles Bukowski, gravado pelo próprio para o álbum "90 Minutes in Hell" (Earth Records, 1977).

Foto da capa: "Fechado", por Luis Rodrigues. Todas as demais fotos do encarte de autoria de Bernardo Canto.

Os autores do presente álbum tem por único intuito prestar uma homenagem aos autores mencionados. Nenhuma divulgação com fins lucrativos será levada adiante sem a devida autorização dos proprietários dos fonogramas originais.

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tijolodevera Niterói, Brazil

Banda fundada em Niterói (RJ) em 2005 com o desejo por uma mescla entre a música autoral, a poesia, o humor nonsense e o cinema. Influências do punk ao Scorcese, de Oswald de Andrade a Monty Python, do surf ao tantra.

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